terça-feira, 22 de abril de 2025

Livros de Bolso de Western e Espionagem no Brasil

 

Os livros de bolso de western e espionagem marcaram época no Brasil, especialmente entre as décadas de 1950 e 1980, quando o formato se popularizou por sua acessibilidade e narrativas envolventes. Editoras como Monterrey, Ediouro e Tecnoprint lideraram o mercado, trazendo histórias de faroeste e intrigas internacionais que conquistaram leitores com tramas emocionantes e capas bem desenhadas, muitas vezes verdadeiras obras de arte.

No gênero western, a série El Coyote, do espanhol José Mallorquí, foi um marco. Publicada pela Monterrey a partir de 1956, a coleção trouxe as aventuras de um justiceiro mascarado no Velho Oeste, inspirado no Zorro. No Brasil, foram lançados cerca de 150 volumes até o início dos anos 1970, com capas vibrantes que retratavam duelos e cavalgadas, muitas ilustradas por artistas locais. Outra série notável da Monterrey foi Chumbo Quente, que se tornou um ícone dos anos 1970, com histórias de tiroteios e vinganças. As capas, frequentemente desenhadas pelo ilustrador brasileiro José Luiz Benício, destacavam pistoleiros em poses dramáticas, com traços estonteantes que atraíam leitores nas bancas.

No campo da espionagem, a Monterrey também brilhou com Brigitte Montfort, escrita pelo espanhol Antonio Vera Ramírez sob o pseudônimo Lou Carrigan. Publicada entre 1965 e 1992, a série apresentou a espiã mais famosa dos bolsilivros brasileiros, com mais de 500 volumes lançados no país. As capas, também ilustradas por Benício, eram um destaque à parte: mostravam Brigitte em poses sensuais e perigosas, com armas e cenários exóticos, capturando a essência da espionagem da Guerra Fria. Outra série de sucesso foi FBI (posteriormente renomeada FB7), com histórias policiais e de espionagem, cujas capas, redesenhadas por Benício na segunda edição, exibiam agentes em ação contra fundos escuros, criando um contraste marcante.

A série K.O. Durban, do brasileiro Hélio do Soveral, trouxe uma paródia de espiões como James Bond, com aventuras bem-humoradas que fizeram sucesso nos anos 1970. As capas, mais uma vez assinadas por Benício, apresentavam o agente em situações de ação, com traços que remetiam aos filmes de espionagem da época. Além disso, a Tecnoprint publicou a série alemã Perry Rhodan, que, embora mais focada em ficção científica, incluía elementos de espionagem intergaláctica. Lançada no Brasil nos anos 1970, tinha capas detalhadas com naves espaciais e agentes futuristas, no formato “superbolso” (12 x 21 cm).

O brasileiro Ryoki Inoue também se destacou, escrevendo 999 bolsilivros em seis anos, muitos de western e espionagem, sob diversos pseudônimos. Seus títulos, como Colts de McLee (faroeste), publicados pela Monterrey, tinham capas dinâmicas que refletiam a ação das histórias. As capas desses livros, com ilustrações realistas e coloridas, não só atraiam leitores, mas também se tornaram itens de colecionador, celebrando uma era de ouro da literatura popular brasileira que ainda é lembrada com carinho.

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