quarta-feira, 30 de abril de 2025

As Aventuras Inusitadas dos Quadrinhos do Gugu

 

Gugu Liberato (1959-2019), um dos maiores apresentadores da TV brasileira, também marcou presença no universo dos quadrinhos entre o final dos anos 1980 e início dos 1990. Durante o auge de sua carreira no SBT, com programas como Viva a Noite e Passa ou Repassa, Gugu se tornou protagonista de revistas em quadrinhos que capturaram a imaginação de crianças e jovens da época, refletindo sua popularidade na cultura brasileira.

A primeira aparição de Gugu nos quadrinhos foi em 1988, na revista Misto Quente nº 9, da Editora Abril, com a seção O Mundo Alegre do Gugu. A publicação, que misturava passatempos, pôsteres e histórias, servia como laboratório para novos personagens, como Fofão e Sérgio Mallandro. A edição de Gugu era única: além de quadrinhos, trazia entrevistas, reportagens e figurinhas colecionáveis do apresentador, acompanhadas de um pôster do grupo Polegar, que ele promovia na TV.

Entre 1988 e 1990, a Abril lançou a Revista do Gugu, com 20 edições e quatro almanaques. Nela, Gugu, desenhado com um cabelo loiro mais claro que o real e sempre segurando seu icônico microfone, vivia aventuras absurdas e divertidas. Ele enfrentava lobisomens de terno, se tornava um super-herói ou interpretava um “Tarzan” ao lado de uma Jane ruiva, viajando por cenários que iam da pré-história ao espaço sideral. As histórias, muitas vezes nonsensical, refletiam o tom leve e familiar de seus programas.

A editora Sequência também publicou gibis do apresentador, como As Aventuras do Gugu, com traços e narrativas mais infantis. Em 1991, Gugu participou da edição nº 5 de As Melhores Histórias Disney Escolhidas por…, selecionando suas histórias favoritas da Disney. A rivalidade com Fausto Silva, que também tinha seus quadrinhos, espelhava a disputa pela audiência dominical, trazendo um toque de humor à competição.

Apesar do sucesso, os quadrinhos do Gugu enfrentaram críticas pela simplicidade e pelo tom exagerado, muitas vezes considerado bizarro. Ainda assim, eles são lembrados com nostalgia por quem cresceu na época, representando uma era em que personalidades da TV transcendiam a tela e se tornavam heróis de papel. Hoje, essas revistas são itens de colecionador, disponíveis em plataformas como o Mercado Livre, e continuam a despertar memórias de uma fase marcante da cultura pop brasileira.

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